quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Os outros









Num banco meio escondido da praça principal está um casal em pura prática do amor, mãos dadas, a cabeça dela no ombro dele, ele beija a sua cabeça ao mesmo tempo que cheira o seu cabelo. Ela é tao bela, tem a pele tão macia, a voz tão doce, olhar angelical e ele é tão desejado pelas outras garotas, tem os músculos definidos, sorriso contagiantemente lindo, dentes fortes, bem-humorado e super, super carinhoso. Eles se encontram todos os dias à tardinha naquele banco da praça, gostam de admirar o pôr do sol e fazer planos para o futuro.

Ela é Ana e vê um casal passeando com seus dois filhos pela praça, a mãe vai correndo atrás do filho menor que cai toda hora, porque esta aprendendo a caminhar, e o pai vem mais atrás devagar conversando com o filho mais velho e observando a sua mulher e o seu filho caçula. Então eles param e sentam num banco perto do deles, o marido acende um cigarro  e a mulher ao seu lado começa a conversa sem parar, sobre os novos vizinhos da frente, o marido da amiga do trabalho que a deixou por uma mulher mais velha, vai entender, sobre a nova cor que quer nos cabelos etc.

Ana, a mocinha olha para eles e pensa: - o meu sonho é casar, ter filhos, um casa, um marido e vir passear nessa praça com meus filhos. Como deve ser feliz essa mulher, tem tudo o que todas as mulheres desejam. Não vejo a hora de sair da casa da minha mãe e ter a minha casa, cozinhar pro meu marido e filhos, dormir agarradinho todas as noites…

A mulher então depois de conversar bastante e ouvir do marido entre uma traga e outra só sim, não, é , nao sei, é? fica um momento em silêncio e olha para o casal de mocinhos e pensa: - ah! se pudesse voltar esse tempo, tempo bom era esse que a minha preocupação era estudar e me arrumar para ir encontrar com o meu namorado no banco da praça, nunca imaginei que casamento fosse tão complicado, a falta de liberdade, a rotina, convivência diária,, correr atras de menino, acordar cedo para trabalhar e quando chega cansada ter que dar atenção e cuidar dos filhos, porque o pai não faz do mesmo jeito que a mãe, é por isso que pai é pai e mãe é mãe. Como era bom esse tempo de mocidade, ser solteira, paquerar com o novo aluno da escola, conversar com as amigas, não ter contas para pagar, ter o sabado e o domingo livre sem nada programado, dormir tarde e acordar descansada, namorar, namorar, namorar… Eu morando na minha casa e ele na dele, comer a comidinha feita pela minha mae todos os dias! Ah tempo que não volta, acho que não amadureci, - pensa ela com um sorriso tímido nos lábios.

De repente, volta a realidade por uma voz masculina grave, enquanto a cutuca:
-        Amor, você parece que tá com a cabeça voando, olha o juninho fez cocô…

Moral da história:
Devemos viver todas as fases da vida, de forma bem-vivida, sem pressa de acabar, pois já passa tão rápido. Todas as fases são boas e tem suas dificuldades e chatices, a vida não é ideal, ela é real, as mudanças fazem parte do caminho da vida! E que seja longo esse caminho!
 
                                                                                       NayMendes

Um comentário:

  1. Adorei Nay realmente a vida deve ser bem vivida sem pressa de acabar!
    Paula Ramos

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