quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Minhas férias







"Eu, minha mãe, meu pai, minha irmã (Su) e meu cachorro (Dogman) fomos fazer camping. Meu pai decidiu fazer camping este ano porque disse que estava na hora de a gente conhecer a natureza de perto, já que eu, a minha irmã (Su) e o meu cachorro (Dogman) nascemos em apartamento, e, até cinco anos de idade, sempre que via um passarinho numa árvore, eu gritava “aquele fugiu!” e corria para avisar um guarda; mas eu acho que meu pai decidiu fazer camping depois que viu os preços dos hotéis, apesar da minha mãe avisar que, na primeira vez que aparecesse uma cobra, ela voltaria para casa correndo, e minha irmã (Su) insistir em levar o toca-disco e toda a coleção de discos dela, mesmo o meu pai dizendo que aonde nós íamos não teria corrente elétrica, o que deixou minha irmã (Su) muito irritada, porque, se não tinha corrente elétrica, como ela ia usar o secador de cabelo? Mas eu e o meu cachorro (Dogman) gostamos porque o meu pai disse que nós íamos pescar, e cozinhar nós mesmos o peixe pescado no fogo, e comer o peixe com as mãos, e se há uma coisa que eu gosto é confusão. Foi muito engraçado o dia em que minha mãe abriu a porta do carro bem devagar, espiando embaixo do banco com cuidado e perguntando “será que não tem cobra?”, e o meu pai perdeu a paciência e disse “entra no carro e vamos embora”,, porque nós ainda nem tínhamos saído da garagem do edifício. Na estrada tinha tanto buraco que o carro quase quebrou, e nós atrasamos, e quando chegamos no lugar do camping já era noite, e o meu pai disse “este parece ser um bom lugar, com bastante grama e perto da água”, e decidimos deixar para armar a barraca no dia seguinte e dormir dentro do carro mesmo; só que não conseguimos dormir, porque o meu cachorro (Dogman) passou a noite inteira querendo sair do carro, mas a minha mãe não deixava abrirem a porta, com o medo de cobra; e no dia seguinte tinha a cara feia de um homem nos espiando pela janela, porque nós tínhamos estacionado o carro no quintal da casa dele, e a água que o meu pai viu era a piscina dele e tivemos que sair correndo. No fim conseguimos um bom lugar para armar a barraca, perto de um rio. Levamos dois dias para armar a barraca, porque a minha mãe tinha usado o manual de instruções para limpar umas porcarias que meu cachorro (Dogman) fez dentro do carro, mas ficou bem legal, mesmo que o zíper da porta não funcionasse e para entrar ou sair da barraca a gente tivesse que desmanchar tudo e depois armar de novo. O rio tinha um cheiro ruim, e o primeiro peixe que nós pescamos já saiu da água cozinhando, mas não deu para comer, e o melhor de tudo é que choveu muito, e a água do rio subiu, e nós voltamos pra casa flutuando, o que foi muito melhor que voltar pela estrada esburacada; quer dizer que no fim tudo deu certo."
                                                         Luis Fernando Veríssimo

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Lindo Salmo de Davi




                                                                                 O céu anuncia a glória de Deus e nos mostra aquilo que as suas mãos fizeram.
Cada dia fala dessa glória ao dia seguinte, e cada noite repete isso à outra noite.
Não há discurso nem palavras, e não se ouve nenhum som.
No entanto, a voz do céu se espalha pelo mundo inteiro, e as suas palavras alcançam a terra toda. Deus armou no céu uma barraca para o sol.
O sol sai dali todo alegre como um noivo, como um atleta ansioso para entrar numa corrida.
O sol sai de um lado do céu e vai até o outro lado; nada pode se esconder do seu calor.
A lei do SENHOR é perfeita e nos dá novas forças. Os seus conselhos merecem confiança e dão sabedoria às pessoas simples.
Os ensinos do SENHOR são certos e alegram o coração. Os seus ensinamentos são claros e iluminam a nossa mente.
O temor ao SENHOR é bom e dura para sempre. Os seus julgamentos são justos e sempre se baseiam na verdade.
Os seus ensinos são mais preciosos do que o ouro, até mesmo do que muito ouro fino. São mais doces do que o mel, mais doces até do que o mel mais puro.
Senhor, os teus ensinamentos dão sabedoria a mim, teu servo, e eu sou recompensado quando lhes obedeço.
Quem pode ver os seus próprios erros? Purifica-me, Senhor, das faltas que cometo sem perceber.
Livra-me também dos pecados que cometo por vontade própria; não permitas que eles me dominem. Assim serei uma pessoa direita e ficarei livre do grave pecado da desobediência a ti.
Que as minhas palavras e os meus pensamentos sejam aceitáveis a ti, ó SENHOR Deus, minha rocha e meu defensor!
                                                                                                 Salmos 19



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Crônica do Amor



"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim. 

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa."


Martha Medeiros

Os outros









Num banco meio escondido da praça principal está um casal em pura prática do amor, mãos dadas, a cabeça dela no ombro dele, ele beija a sua cabeça ao mesmo tempo que cheira o seu cabelo. Ela é tao bela, tem a pele tão macia, a voz tão doce, olhar angelical e ele é tão desejado pelas outras garotas, tem os músculos definidos, sorriso contagiantemente lindo, dentes fortes, bem-humorado e super, super carinhoso. Eles se encontram todos os dias à tardinha naquele banco da praça, gostam de admirar o pôr do sol e fazer planos para o futuro.

Ela é Ana e vê um casal passeando com seus dois filhos pela praça, a mãe vai correndo atrás do filho menor que cai toda hora, porque esta aprendendo a caminhar, e o pai vem mais atrás devagar conversando com o filho mais velho e observando a sua mulher e o seu filho caçula. Então eles param e sentam num banco perto do deles, o marido acende um cigarro  e a mulher ao seu lado começa a conversa sem parar, sobre os novos vizinhos da frente, o marido da amiga do trabalho que a deixou por uma mulher mais velha, vai entender, sobre a nova cor que quer nos cabelos etc.

Ana, a mocinha olha para eles e pensa: - o meu sonho é casar, ter filhos, um casa, um marido e vir passear nessa praça com meus filhos. Como deve ser feliz essa mulher, tem tudo o que todas as mulheres desejam. Não vejo a hora de sair da casa da minha mãe e ter a minha casa, cozinhar pro meu marido e filhos, dormir agarradinho todas as noites…

A mulher então depois de conversar bastante e ouvir do marido entre uma traga e outra só sim, não, é , nao sei, é? fica um momento em silêncio e olha para o casal de mocinhos e pensa: - ah! se pudesse voltar esse tempo, tempo bom era esse que a minha preocupação era estudar e me arrumar para ir encontrar com o meu namorado no banco da praça, nunca imaginei que casamento fosse tão complicado, a falta de liberdade, a rotina, convivência diária,, correr atras de menino, acordar cedo para trabalhar e quando chega cansada ter que dar atenção e cuidar dos filhos, porque o pai não faz do mesmo jeito que a mãe, é por isso que pai é pai e mãe é mãe. Como era bom esse tempo de mocidade, ser solteira, paquerar com o novo aluno da escola, conversar com as amigas, não ter contas para pagar, ter o sabado e o domingo livre sem nada programado, dormir tarde e acordar descansada, namorar, namorar, namorar… Eu morando na minha casa e ele na dele, comer a comidinha feita pela minha mae todos os dias! Ah tempo que não volta, acho que não amadureci, - pensa ela com um sorriso tímido nos lábios.

De repente, volta a realidade por uma voz masculina grave, enquanto a cutuca:
-        Amor, você parece que tá com a cabeça voando, olha o juninho fez cocô…

Moral da história:
Devemos viver todas as fases da vida, de forma bem-vivida, sem pressa de acabar, pois já passa tão rápido. Todas as fases são boas e tem suas dificuldades e chatices, a vida não é ideal, ela é real, as mudanças fazem parte do caminho da vida! E que seja longo esse caminho!
 
                                                                                       NayMendes

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Esposo

Amorzinho meu lindo,
                                                                                   

A chave não é chuva, embora só mude uma letra 
(ele sempre confude)   :p
A chuva é molhada e a chave abre a porta
Você tem a chave que abriu o meu coração e todos os dias chove amor por você!
Muié e meior se escreve com lh e na pronúncia também leva o lh, assim como trabalho e não trabaio, mas não se preocupe, essa é uma dificuldade muito comum que observei nos estrangeiros que se arriscam a falar o português.
E quanto a você, fica ainda mais lindo falando o português com esse sotaque fofo de gringo :D
Sei que tem aprendido muito com o Mathias, o português nos desenhos, livros e músicas infantis. Nos orgulhamos de você!
Não diferentes de outros casais, discordamos, e ás vezes até brigamos, mas o amor de Deus tem nos ensinado como viver o amor de verdade. 
Te amo meu querido esposo. 
Que tal fazermos mais 4 filhos? Assim ficaremos isentos dos impostos na Bélgica. Mas tem que ser "rapidozinho" como você diz, vai que muda essa lei com a crise, né?!

Beijinhos doces

                                      Para o meu esposo, Hans

Agitação

Sabe aqueles dias em que você acorda entusiasmada, apressada, agitada...
E você quer porque quer falar com alguém da sua família, mas você olha no relógio e são 10 da manhã, mas na verdade onde eles estão são apenas 5 horas!
5 grandes horas de diferença que te deixam ainda mais agitada, quando você queria na verdade, só sair de casa e caminhar até a casa da sua mãe, irmã ou da tia Ana pra jogar conversa fora, saber das novidades, enquanto toma um café com eles, saboreando uma tapioca com uma boa manteiga da terra! Iame!

Hoje eu acordei assim, mais cedo que o normal e querendo fazer muitas coisas, além do previsto na minha lista para hoje!
Essas é uma das dificuldades de morar em outro continente e mesmo depois de quase 4 anos vivendo aqui, eu simplesmente ainda não me acostumei com essa idéia de não poder estar aqui e lá ao mesmo tempo, ou pelo menos em poucos minutos e de maneira não onerosa, passar daqui pra lá!

Bem, me resta esperar as horas, os minutos e os segundos que faltam para poder ao menos ligar numa hora em que todos estejam relativamente acordados, com exceção da minha irmã Dinna que sempre acorda por volta do meio dia, é que ela vai dormir sempre tarde da madrugada! Por causa do Arthur o seu caçula que vai dormir bem tarde!

Se a pressa for muito grande, posso ligar assim mesmo às 5 da manhã lá, mas é melhor ter uma notícia no mínimo muito boa para contar ou uma bela desculpa. Mas, acho que hoje vou esperar, vou tentar centrar essa minha agitação e entusiasmo nesse lado de cá do mundo onde estou, com as pessoa que aqui estão, vou andar de bicicleta com o meu filho, ler pra ele, ligar para as amigas e colocar os assuntos em dia.

Vou também cozinhar, colocar as roupas sujas na máquina de lavar, ler e escrever...

Coisas  do dia a dia

Fui!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Sobre o futuro



Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz.
O mais corriqueiro dos erros humanos é o futuro. Ele falseia a nossa imaginação, ainda que ignoremos totalmente onde nos leva.
Quando pensamos no futuro, nunca estamos em nós. Estamos sempre além.
O medo, o desejo, a esperança jogam-nos sempre para o futuro, sonegando-nos o sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será, embora o tempo passe e já não sejamos mais.
                                                                                                                   Montaigne